Sempre busquei manter uma prática de SwáSthya Yôga equilibrada, dedicando meu tempo a cada parte da aula de maneira proporcional. No entanto, a meditação sempre foi um desafio para mim. Toda vez que me sentava para meditar, minha mente inquieta parecia querer fazer tudo, menos meditar. Não importava a técnica — a dificuldade era constante.
Por volta de 2012, decidi quase desistir da meditação e resolvi focar meus esforços nos pránáyámas, os exercícios respiratórios. Sentia que o treino da respiração consciente me proporcionava uma vivência mais profunda e satisfatória. Em 2018, depois de anos de dedicação aos respiratórios, senti que havia evoluído o suficiente para tentar a meditação novamente. Foi então que percebi algo extraordinário: todo o trabalho com os pránáyámas havia me preparado indiretamente para a meditação. De repente, a prática que antes era tão desafiadora começou a fluir com mais naturalidade.
Passei a compartilhar essa experiência com meus alunos que também enfrentavam dificuldades com a meditação. Ver o impacto positivo que isso teve foi muito gratificante, especialmente quando encontrei confirmação nas palavras de Sri Swámi Shivánanda. Ele também ressalta essa relação entre a respiração e a concentração mental:
“A prática da concentração e a prática do pránáyáma são interdependentes. Se você praticar pránáyáma você vai conquistar a concentração. Naturalmente o pránáyáma segue a prática da concentração. Existem diferentes práticas de acordo com diferentes temperamentos. Para alguns, será mais fácil de começar com a prática do pránáyáma, para outros será mais fácil começar com a prática da concentração.” -Shivánanda
Se, ao se sentar para meditar, sua mente dispara com mil pensamentos aleatórios, talvez a chave esteja em substituir, por um tempo, as técnicas de meditação pelos pránáyámas. Para mim, essa abordagem funcionou perfeitamente!