Recentemente ficamos todos órfãos de boas séries com o desastroso final de Game of Thrones. Por causa disso, acabei me surpreendendo imensamente quando descobri a fabulosa minissérie Chernobyl, que conta a história do acidente nuclear mais grave da história do planeta.
A primeira cena é um soco no estômago. Os autores abrem o monólogo inicial do personagem principal com o seguinte texto:
“Qual é o custo da mentira? O problema não é que se possa confundir a mentira com a verdade. O real perigo é o de ouvirmos tantas mentiras que não mais reconheçamos a verdade.“
Chernobyl faz uma análise de como o governo soviético construiu um castelo de cartas de mentiras. Mentiras sucessivas que se sobrepõe para resultar no fatídico desastre. No quinto e último episódio, somos brindados com mais uma profunda reflexão: “Cada mentira faz uma dívida com a verdade!”
Mas o que o combate a ansiedade tem a ver com mentiras?
Estamos mentindo para nós mesmos quando tomamos remédios controlados para o controle da ansiedade. Estamos mentindo quando dedicamos nosso tempo e nosso trabalho para profissões que não nos dão prazer ou realização. Estamos mentindo quando vivemos pelos finais de semana e detestamos as segundas.
Qual será então a verdade?
A dura verdade é a de que não existem soluções simples para problemas complexos. Não se pode combater a ansiedade com pílulas, mas sim com decisões e ações conscientes. Quando adotamos um estilo de vida saudável, quando nos dedicamos aquilo que amamos e, principalmente, quando ouvimos os anseios do nosso coração ao invés de sufocá-los no peito, estamos dando os primeiros passos rumo a uma verdade particular e íntima sobre nós mesmos.
Somente assim afastaremos verdadeiramente a ansiedade.
Vernon Maraschin é consultor e palestrante sobre qualidade de vida, alta performance, gestão do tempo e autoconhecimento.