Acabei de terminar de ler o livro Homo Deus, de Yuval Harari. Após o excelente Sapiens, o autor agora explora aquilo que pode acontecer após a vitória humana sobre suas próprias limitações naturais, tais como a fome, a guerra e a própria morte. O que irá advir quando a tecnologia nos tornar seres quase divinos?
A promessa é tentadora, mas nem todas implicações parecem positivas. O aumento da desigualdade social e mudanças fundamentais dos nossos valores coletivos podem gerar inadvertidamente uma distopia. Aqui, o autor questiona sobre nossa situação individual em um mundo que já não considera mais a consciência humana como algo relevante ou até mesmo necessário.
Harari prevê o surgimento de uma nova religião, o dataísmo. Um sistema de crenças que considera os dados como o alicerce fundamental do Universo. Segundo o dataísmo, tudo na Natureza pode ser reduzido a um sistema de processamento de dados. Seus defensores acreditam que essa visão pode nos levar a uma nova era de progressos tecnológicos e sociais.
Talvez você já seja um seguidor dessa nova religião sem saber. Se você se utiliza do Apple Watch para acompanhar seus batimentos cardíacos ou se você clica nas recomendações de compras baseadas nas suas buscas no Google, de uma certa forma, você já está dando os primeiros passos para ser arrebanhado nessa crença.
Estamos vivendo uma nova revolução cultural e ainda não sabemos como ficará a nossa privacidade ou as nossas liberdades individuais nesse novo contexto.
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